Bêbados, psicanalistas, sexo e noites insones; Ovos mexidos, diálogos pós-morte e pessoas que têm merda na cabeça; Animais da fazenda, Afrodescendentes cheios de lascívia e pescarias. É isso que você encontra por aqui.

quinta-feira, 4 de março de 2010 Monotonia

Muita coisa escrita em itálico pode descrever a persona que é o Glauco. De Guitar man Dynâmico à magna cum laude em direito. O que importa mesmo é que o rapaz é a minha maior influência em quesitos como aspirações, estilo de vida e gosto por arte, principalmente pela música e humor. Feitas as honras, apresento-lhes um poema que ele gentilmente pediu-me para publicar aqui: chama-se "Monotonia"; é dito que foi escrito com ajuda de certa "inspiração boêmia", por assim dizer.

Monotonia

Uma puta e um corno forte
Minh’alma não é do norte
Não cresci jogando a sorte
Cala boca e agüenta o corte

(Monotonia...)

A mulher queria falar
Mas não pôde coisa alguma explicar
O maridão tentou matar
A puta alegre que começou a dar

(Monotonia...)

O padre rezou uma missa
O cara enfiou a piça
No caixão de madeira maciça
Onde estaria a roliça

(Monotonia...)

Ninguém mais entendeu
A puta não se vendeu
O defunto em que se meteu
Era o fortão que se rendeu

(Monotonia...)

Um corte levou no braço
O amante que num talagaço
Partiu o corno em pedaços
E criou todo estardalhaço

(Monotonia...)

Mas eu matei a poesia
Com esses versos de rima vazia
Transformaram-se numa heresia
Mas acabam sendo monótonos


Glauco da Rocha
26/01/2010